TEXTO – “A DÍVIDA OCULTA DA GRATIDÃO”
Alguns chamam de ajuda.
Mas não foi ajuda.
Foi aliciamento simbólico.
Te estenderam a mão com a outra no teu pescoço.
E tu nem viu.
Sorriu, agradeceu… e colocou a coleira com as próprias mãos.
Porque a dívida mais difícil de quebrar
não é a do dinheiro.
É a da gratidão invisível.
Essa é silenciosa.
Te persegue até quando tu quer só viver.
Faz tu te sentir mal por querer ser livre.
Faz tu achar que deve algo pra sempre.
Só porque um dia disseram:
“Se não fosse eu…”
Mas se alguém te cobra por ter ajudado,
nunca te ajudou.
Te comprou.
E esse é o truque mais antigo dos manipuladores:
fingem que salvam pra depois dominar.
Ajudam com gosto — mas anotam no caderninho da alma.
Pra no futuro te lembrar quem é o “dono” da tua ascensão.
E tu segue ali…
com medo de decepcionar quem te “amou”.
Sem perceber que isso nunca foi amor.
Foi investimento.
Foi estratégia.
Foi posse.
Mas existe um momento.
O momento em que tu percebe:
que teu espírito não deve nada pra ninguém.
E aí tu rasga todos os contratos simbólicos,
até os que tu nem lembrava que assinou.
É nesse momento que a gratidão vira verdade.
Porque gratidão real não exige submissão.
Não pede silêncio.
Não quer aplauso.
Gratidão real é leve.
E só pode nascer de algo maior:
a liberdade.
Se te aprisionou, não foi ajuda.
Se te cobrou, não foi amor.
Se te calou, não foi cuidado.
Foi armadilha com laço de fita.
Mas agora tu já viu.
E quem vê…
não se curva mais.
